Gritos histéricos, aplausos frenéticos, guitarras altas, vibração total — não vai faltar nada disso quando a banda inglesa McFly subir ao palco do Teatro do Bourbon Country, às 21h de hoje. Fenômeno de popularidade entre os adolescentes, o grupo volta a Porto Alegre — desta vez, para sua primeira apresentação aberta ao público, com ingressos quase esgotados. O show abre a parte musical do projeto Coca-Cola PARC, que segue no final de semana. O furor despertado pelo McFly não é algo repentino nem difícil de explicar. Apesar da juventude dos integrantes, com idades entre 21 e 23 anos, a banda já tem quatro discos de estúdio na bagagem.
O mais recente é Radio:Active (2008), mas a fama começou logo no primeiro CD, Room on the 3rd Floor (2004), que trouxe canções como 5 Colours in Her Hair, Obviously e That Girl e estreou direto no topo da parada britânica. Além de fazerem um som simples, melódico e enérgico, os guitarristas e cantores Tom Fletcher e Danny Jones, o baixista Dougie Poynter e o baterista Harry Judd também atraem os (principalmente as) adolescentes com seu visual de roqueiro boa-pinta. — Gosto bastante das músicas — explica a estudante Rafaela Lemos, 14 anos. — Mas eles são muito lindos! — emenda a amiga Jordanna Rodrigues, 15. O McFly — nome inspirado em um personagem do filme De Volta para o Futuro — já andou pela cidade. Em outubro passado, eles foram a atração mais badalada da gravação do especial de aniversário do programa Altas Horas, da Globo, no Theatro São Pedro.
Se muitas fãs ficaram de fora naquela oportunidade, desta vez mais meninas vão chegar perto dos ídolos. Uma delas é Jéssica Teles, 17 anos, aluna do Ensino Médio — desta vez, ela garantiu seu ingresso ainda em abril. A estudante espera pela banda desde 2006, quando descobriu o McFly via internet. — Eles têm estilo próprio e influências ótimas, como Beatles. Às vezes, o que estou sentindo eles expressam nas letras — diz Jéssica. Para Maria Sinhori, 14 anos, a ansiedade pelo show e a vontade de ficar na primeira fila são tão intensas que ela viajou na quinta-feira de Francisco Beltrão (Paraná) para encontrar a amiga Bruna Mockffa em Carazinho. As duas se conheceram pela internet, e o primeiro encontro foi no show da banda em Curitiba.
Em Porto Alegre, elas ganharam a companhia de Flávia Bandeira, também de Carazinho, a única que encontrou resistência da família para vir à Capital antes do show. — Eu salvei a vida dela — diz Bruna, que convenceu a mãe da amiga a deixá-la viajar dias antes do show. O trio foi para a fila na manhã de ontem, reforçado pelas irmãs Janice Soares de Lima e Vera Soares Lima, que guardavam lugar para filha e afilhada. Não poderiam esperar dentro do shopping, mas o plano era ficar na rua, em frente ao ponto de táxi. O que elas vão ver é uma performance de música e carisma. Tem sido assim a turnê atual do McFly, que desde o último dia 21 percorre capitais como Manaus, Fortaleza, Recife, Brasília, São Paulo e Rio.
Na capital paulista, por exemplo, o repertório de 16 músicas incluiu sucessos desde o primeiro álbum, além de canções mais recentes, como Lies. A banda declarou seu amor ao Brasil — especialmente o baterista Harry Judd, que disse no palco: — Minha vontade é descer aí e beijar cada uma de vocês.
